quinta-feira, dezembro 30, 2010

Existem uns conceitos nas regras de Magic que ninguém entende, como a prioridade. Existem outros que na maiorias vezes a gente ignora, sem maiores consequências, como diferenciar TODAS as fases de combate. Mas ,diferente das duas anteriores que raramente mudam o decorrer da partida, a confusão com a pilha, A.K.A. Stack, para mim, é bem séria. Identificar corretamente quando cada efeito ou mágica instantânea faz efeito é crucial para a maioria das jogadas em combos, ou uso de truques de combate envolvendo Crescimento desenfreado e afins. Aliás, um dos mais clássicos exemplos de pilha usa crescimento desenfreado em combate.

Talvez fique mais fácil de entender a pilha, e sua importância, com um exemplo real e bem mais simples. Alan, o comentarista número 1 dessa fase do blog, estava jogando com uma versão modificada de um deck de Archenemy, o Assembling the Doomsday Machine. Dai, ele acrescentou o Transmutador de Ashnood para transformar o Abunas Leonino em artefato, e praticamente fornecer manto para todas as suas permanentes permanentemente. Com o Transmutador já na mesa, ele baixou o Abunas. E, neste ponto, é importante endender a estaca. Um carta não “vira” uma permanente de uma hora para outra. É um processo que, em câmera lenta, fica mais ou menos assim. a) gere mana; b) escolha uma carta em sua mão, que usará aquele mana para se tornar uma mágica; c) Você conjura a carta como mágica, ela vai para a pilha, e, se ninguém fizer mais nada, como por exemplo colocar outra mágica na pilha, ela resolve, gerando o efeito desejado, seja se tornando uma permanente ou destruindo algo e indo pro cemitério, whatever. No momento em que o Alan baixou o Abunas eu tinha em mãos Estripar pronto para usar, mas não podia usar a carta em resposta a mágica dele, já que a criatura estava na pilha e, assim, ainda era uma mágica, não uma criatura. Tive de esperar a mágica resolver, e O Abunas se tornar uma criatura.

E ai, sabe o que eu fiz? Nada, esperei mais um pouco, e você já vai entender o porquê. Assim que o Abunas resolveu, Alan usou o efeito do Transmutador, e ai eu finalmente Estripei o Abunas. A questão é que efeitos de cartas também vão para a pilha, como se fossem mágicas instantâneas. E, mais importante, os efeitos e mágicas são resolvidos na pilha na ordem inversa que entram. O que esta no topo da pilha é a primeira coisa a ser resolvida. Assim, a pilha de eventos na nossa jogada ficou assim:

Estripar visando o Abunas
O efeito do Transmutador visando o Abunas


Outra coisa importante é que, quando você joga uma mágica, ou ativa um efeito, ela não precisa ter um alvo válido. Mas, quando ela resolve, sim. Assim, como Estripar no topo da pilha resolve primeiro e destrói o Abunas, o efeito do Transmutador resolve, e ele não tem mais um alvo válido, e ai não faz mais nada.

Se eu tivesse usado Estripar logo depois do Abunas resolver, o Alan poderia usar o Transmógrafo, e a pilha ficaria assim:

O efeito do Transmutador visando o Abunas
Estripar visando o Abunas

E ai seria Estripar que não faria nada sem um alvo válido. Como você percebeu, por mais matemática que haja em Magic, a ordem dos fatores altera, e muito, o produto. Não é necessário ser um juiz de alto nível para jogar, mas um entendimento básico de como algumas regras funcionam faz maravilhas pelo bom andamento da partida e pelo seu nível como jogador.

2 comentários:

Unknown disse...

hummmmm finalmente estou entendendo esse negócio chamado pilha. Então o ditado: os últimos serão os primeiros.

Anônimo disse...

Puxa, eu que sou um jogador antigo sempre usei o UJPS (último no jogo, primeiro a sair).
Acho que complicaram muito as regras com o tempo, e hoje tentam re-simplificar