De tempos em tempos surgem dúvidas e questões que só mesmo um conclave de sábios de alto gabarito e nível pode resolver. Questões que mudam a vida daqueles que as enunciam para sempre ...
- Então ... Será que dá pra fazer um deck de terrenos?
A pergunta veio à baila em um dia que meditávamos sobre Emergência Natural, carta que eu uso como golpe de misericórdia e parte de um combo de ataque infinito usando Assalto Agravado em meu deck de Beatdown preferido. E é nessas horas que você vê como é interessante ter um grupo onde cada um pensa de um jeito. Alguns pensaram em criaturas como Mateiro para ajudar a trazer Terrenos do cemitério, já que eles fatalmente morrerão aos montes, Pioneiro Élfico para colocar mais terrenos em jogo mais rápido, e não apenas um por turno ... e até uma variante do combo do Cajado de Proteus e Colosso de Aço Negro usando Dakkon Blackblade. Enfim, dezenas e dezenas de idéias ...
E nenhuma me satisfez. Eu sou muito, mas muito chato no que se refere a construção de decks tribais. Para que uma criatura que não seja do tipo de criaturas do deck entre no baralho, ele tem de ser muito, mas muito coerente com o tema do deck. Por exemplo, Senhor dos Goblins não é um Goblin, e nem é, também, o Condor Lançador de Goblins. Mas ambas são cartas que só funcionam e foram feitas para o uso em baralhos goblins. Cartas como Mateiro e o Pioneiro para mim não fazem parte de uma idéia de atacar com terrenos, de torná-los criaturas com iniciativa como quando se usa Emergência Natural ... Um pequeno exemplo de como eu sou pentelho para isso é o meu deck de Grifos. Bem, inicialmente, ele deveria ser só de grifos, mas como o único deles que realmente vale quanto pesa é o Grifo Mergulhador, as coisas complicaram bastante ... Acabei desistindo da idéia de um deck assim, MAS adaptei o deck para ter Pégasos e Dragões além dos Grifos. Essas três criaturas são os guardiões do Castelo do clássico personagem de Neil Gaiman, Sandman, e volta e meia eu penso em botar um único Sonho Andarilho no deck ... Não seria mais fácil colocar criaturas que acelerassem mana como Prospector de Skirk, ou criaturas que tornassem a vida de quem joga com Dragões mais fácil, como Xamã Dracontófilo? Seria. Teria a mesma graça? Não mesmo!
Embora o Guto possa discordar de mim e achar que mais cartas melhoram as possibilidades de se construir baralhos mais diversificados e interessantes, eu penso que limitações é que tornam as coisas legais. A necessidade é a mãe das invenções, o que faz com que menos opções cartas tornem os decks de “extended” e Tipo II Standard mais difíceis e interessantes de construir. Da mesma forma, construir um baralho tribal de terrenos para mim é, antes de mais nada, um quebra cabeças, um desafio. Criaturas facilitam sua vida? Facilitam, mas não vou usá-las para tornar o desafio mais interessante.
Ok, então estamos diante de um quebra cabeças. Nenhuma criatura, só terrenos atacando, e é mais difícil do que parece. Primeiro, porque Emergência Natural é um encantamento que usa quatro manas para ser usado. Em outras palavras, se você não tomar cuidado, vai conseguir atacar apenas no turno cinco. Pior. Você só vai colocar apenas uma criatura por turno em jogo, e elas terão enjôo de invocação, não podendo gerar mana imediatamente, atrasando ainda mais seus planos ... Isto é, imaginando que você possa achar Uma cópia de Emergência Natural rapidamente. O que nos resta então é tentar analisar nossas opções. Se a idéia inicial gera um baralho lento, nos resta recorrer às clássicas fórmulas de aceleração de mana, compra de cartas, controle da mesa, cartas alternativas e tutores. E, pensando bem, por que não quase tudo isso junto? Se por um lado você não tem criaturas, isso significa um número maior de opções para outras mágicas. Vamos fazer o seguinte então. Vamos dividir nosso deck em cinqüenta por cento de cartas de Terreno e cinqüenta por cento das cartas reservadas para outras mágicas. Com isso, as coisas vão ficar muito mais fáceis ...
Vingança Natural
Deck variado para “extended”
12 Floresta
6 Planície
12 Montanha
3 Emergência Natural
3 Fogos de Yavimaya
2 Afinidade Natural
4 Bosque Esterlino
4 Magibomba de Pirita
4 Magibomba de Centelha Vital
3 Magibomba de Raio de Sol
4 Coragem Reverberante
3 Piroclasma
O funcionamento do deck não é nenhum grande mistério. Enquanto você não compra as cartas para fazer o deck funcionar ( Emergência Natural + Fogos de Yavimaya para evitar geração de mana em câmera lenta ), ou não vai buscá-las com o Bosque Esterlino, Piroclasma e as Magibombas o mantém vivo, embora seja mais útil usar as Magibombas de Raio de Sol como forma de comprar cartas ao invés de ganhar vida com elas. Uma vez tudo pronto, um ou dois ataques com seus terrenos e a Coragem Reverberante devem liquidar a fatura. E se seu oponente é fã de criaturinhas, some Afinidade Natural à equação Piroclasma + Coragem Reverberante para termos um Armagedom + Cólera de Deus Quase unilateral. Deixe algumas Magibombas de Pirita e mana Vermelho a postos para cuidar de problemas maiores.
Uma boa dica para alterar esse deck e dar a ele mais rapidez seria usar mágicas como Jornada do Descobrimento e Ceifar e Semear. Se você puder botar um Espelho Panóptico com uma dessas, melhor ainda, lembrando que você “joga” as mágicas do espelho, o que habilita você a pagar o custo de entrelaçar das cartas.
Magic é mesmo desafio, sempre. Não só aqueles que você enfrenta, mas principalmente aqueles que você cria.
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